sábado, 28 de abril de 2012

O INTERESSE FILOSÓFICO DE "BATMAN O CAVALEIRO DAS TREVAS": SERÁ BATMAN UTILITARISTA OU DEONTOLOGISTA? OU NENHUM DELES?














Na parte final do filme “Batman o cavaleiro das trevas” assistimos à ameaça de explosão sobre  Gotham city, protagonizada mais uma vez por Joker, o eterno inimigo de Gotham city e de Batman.

A ameaça leva as autoridades a evacuar todos os habitantes da cidade, mesmo aqueles que estão nas prisões. A partir deste momento o espectador, o próprio Batman, os habitantes de Gotham city e os agentes da lei são colocados perante grandes dilemas éticos. Objetivo?

Desde o início do filme que Joker pretende mostrar que debaixo de certas circunstâncias; chantagem, corrupção, dor, entre outras, as pessoas alteram os seus pontos de vista em relação à vida, nomeadamente aquilo que deve ou não orientar as suas ações e a justificação que encontram para isso- a ética. Portanto não há qualquer razão para acreditarmos em justificações racionais e éticas para o que fazemos. A qualquer momento tudo isso pode desmoronar-se.

Para o Joker, não há qualquer justificação moral para não matarmos alguém, a não ser que isso dê algum prazer, mas o contrário também é verdade. A personagem que ficará conhecida como “two faces” (o procurador, Harvey Dent), representa isso mesmo: a forma como toma decisões em relação à ação que vai realizar consiste em atirar uma moeda ao ar. Mas será tudo uma questão de cara ou coroa?

Para avançarmos só nos resta agora acompanhar o nosso super-herói Batman. Ao longo do filme esperamos encontrar respostas aos dilemas éticos que vão ser colocados. Entre um barco carregado de prisioneiros e um barco carregado de civis qual dos barcos deve ser poupado? Porquê? Qual o critério que devemos seguir?

Por que razão não mata Batman o Joker e previne assim toda a dor que pode vir a abater-se sobre os habitantes de Gotham city? Ou colocando a questão noutros termos: não será uma boa ação matar o Joker uma vez que o facto dele viver tem como consequência a infelicidade e dor para os habitantes de Gotham city?



Para Batman será moralmente aceitável matar alguém? Será aceitável matar para salvar a cidade? Será que Batman não considera aceitável a morte de outra vida humana?

Será Batman utilitarista ou deontologista? Ou nenhum deles?

Se pensarmos no que defendem estas duas teorias filosóficas, o utilitarismo e a deontologia, com certeza que encontramos a resposta. Mas acima de tudo, estas teorias ajudam-nos a compreender de modo mais profundo qual é o sentido de alguém afirmar que leva uma vida boa. Quais são as razões?

Muitas vezes, aquilo que queremos realizar entra em conflito com aquilo que efetivamente podemos fazer. Os nossos desejos esbarram com a realidade e portanto, uma vida boa tem forçosamente de equacionar o interesse dos outros. A ética é justamente a maneira de pensar a melhor forma de integrar os meus interesses e os interesses dos outros.

 Uma justificação que tenha apenas em conta os nossos interesses e felicidade; é uma justificação ética. O problema está em saber, se ao transformarmos essa justificação em teoria – egoísmo ético- essa será uma teoria aceitável e conduzirá a uma vida boa.

Para quem quiser saber mais sobre o filme do Batman e a Filosofia pode ler:






5 comentários:

  1. Conhecendo a personagem do Batman tanto dos filmes como da banda desenhada e tendo o visto o filme e visto o que cada teoria quer dizer eu acredito ter chegado a uma conclusão.
    No meu ponto de vista Batman não pode ser deotologista uma vez que toma as suas acções com interesse sempre no bem maior e não no seu dever. Por exemplo na ultima cena do filme Batman assume as culpas metindo ás pessoas de Gotham City para que estas não sintam a desilusão e sofrimento de terem visto um dos maiores herois da época cair na insanidade e no "lado do mal".
    Batman é uma personagem fortemente utilitarista sendo reconhecida tanto no filme como nas bandas desenhadas como uma pessoa muito calculadora estando sempre a calcular o bem e a dor que as suas acções provocam. No entanto existe uma linha que Batman nunca passa: nunca se deve, em qualquer circunstância independentemente das boas ou más consequencias, matar alguem.
    Esta linha é explorada vezes e vezes sem conta no filme pelo Joker.
    Acho que no próximo filme devia-se trazer outra personagem das bandas desenhadas Dr. Jonathan Crane conhecido como Scarecrow ou Espantalho famoso por conseguir ver com que as pessoas vejam os seus maiores medos.
    Imagino uma cena em que Batman ve o seu maior mede no final do filme do cavaleiro das trevas deixou Joker cair e este morreu. Quebrou a sua própia regra, no entanto a cidade está mais feliz que nunca. Batman teria que se enfrentar um problema. O que é mais importante a sua regra ou o bem estar da cidade por outras palavras o que é mais importante: os seus interesses ou o bem estar da cidade?

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    1. "No entanto existe uma linha que Batman nunca passa: nunca se deve, em qualquer circunstância independentemente das boas ou más consequencias, matar alguem.
      Esta linha é explorada vezes e vezes sem conta no filme pelo Joker."
      Não te parece que esta ideia de em qualquer circunstância não se matar alguém, não é uma atitude deontologista?

      É que tu afirmas o contrário?

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    2. Tem razão nessa parte, no entanto acredito que o batman não é uma personagem que seja deotologista uma vez que ele nem sempre cumpre o dever por cumprir, mas como o stor disse ele tem momentos deotologistas.
      Já agora o stor conhece alguma livraria que venda o livro que citou?

      Esquecime de assinar da ultima vez,
      Rúben Pais

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  2. Acabei de descobrir este blogue e estou encantada! Sou estudante de Filosofia no Superior e devo confessar que este trabalho está muito bem feito.
    Obrigada!

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  3. Laura obrigado pelo seu comentário. É sempre bem vinda qualquer colaboração portanto sinta-se à vontade em participar ou em deixar alguma sugestão ou crítica.

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