quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

FICHA FORMATIVA DETERMINISMO E AÇÃO HUMANA


Magníficos vejam com atenção estas questões. Verifiquem antes de tentar responder se compreendem bem o que se pretende em cada questão. Lembrem-se que é importante que saibam adequar a vossa resposta aos objetivos da pergunta.
Antes de colocar alguma dúvida ou fazer algum comentário vejam se isso não foi feito já por algum outro colega. Se não for esse o caso, no vosso comentário indiquem o número da pergunta e identifiquem-se com o nome, nº e turma.
Algumas destas questões foram feitas pela professora Josefa Soares à qual agradeço a partilha.
Em algumas das perguntas fiz alguns comentários sempre que considerei necessário.

Uma ação não é um acontecimento como um tremor de terra ou a queda de uma folha morta.
  1. Concorda com a afirmação anterior? Justifique a resposta.

O fenómeno fundamental da (…) experiência humana é que já de antemão nos achamos no meio de uma realidade, rodeados por coisas e seres humanos, com os quais lidamos, que nos influenciam e com quem mantemos relações múltiplas. A nossa existência está na dependência do mundo, tanto do mundo das coisas e dos objectos como também e, sobretudo, do mundo humano e pessoal. A nossa existência concreta está assim condicionada e determinada de múltiplas formas.
                           E. Coreth
  1. Identifique a partir do texto, quais são os fatores que condicionam a ação humana.



Fazemos escolhas e pomo‐las em prática; louvamo‐nos e culpamo‐nos uns aos outros pelos nossos actos e omissões; deliberamos sobre o futuro e decidimo‐nos. Como os animais, temos desejos; mas, ao contrário dos animais, também fazemos escolhas – podemos escolher fazer o que não queremos fazer, e querer fazer o que não escolhemos. Todos estes factos parecem implicar que somos livres para fazer mais do que uma coisa, e que aquilo que realmente fazemos é escolha nossa, e responsabilidade nossa. À primeira vista, a crença na liberdade parece estar em conflito com o determinismo […].
SCRUTON, Roger (2007). Guia de filosofia para pessoas inteligentes. Lisboa: Guerra & Paz, p. 119.
  1. Explica por palavras tuas o sentido da frase a negrito.
  2. Qual te parece ser a posição do autor em relação ao problema do livre arbítrio? Justifica.

 Considere o texto seguinte:
O Abílio vai hoje ao Rock in Rio ver o concerto dos  «Metalica». Está com muitas expectativas, porque já ouviu todos os discos da banda. Mas aconteceu um imprevisto: começou a chover torrencialmente e ele teve de se abrigar debaixo de uma árvore. Como se tal não bastasse, caiu um relâmpago na árvore em que se abrigara. Felizmente para ele, isso aconteceu já depois dele ter saído de lá. O Abílio ficou tão assustado que já não foi ao concerto.”
Retire do texto um exemplo de:
  1. Acontecimento
  2. Ação
  3. Intenção

  1. Tudo quanto realizamos é parte da nossa conduta, mas nem tudo o que realizamos constitui uma acção. Concorda? Porquê?




(As questões seguintes a propósito do texto do manual são importantes. Quando verificarem o autor do texto e as ideias que ele desenvolve vão perceber porquê.)
A partir do manual de Filosofia responde às seguintes questões:
Texto 2 pág. 79 e 80
  1. De acordo com o autor do texto, qual é a experiência que nos fornece a convicção da liberdade?
  2. Refere por ordem as ideias fundamentais presentes no texto.

Perguntas do Teste Intermédio Filosofia realizado em 2010-2011 (disponível em http://www.gave.min-edu.pt/np3/9.html)
Aquilo que decidimos fazer é uma acção que está ao nosso alcance, sobre a qual deliberámos e que desejamos fazer. Portanto, a decisão será um desejo deliberativo de fazer algo que está ao nosso alcance; pois, quando o deliberar resulta num juízo, desejamos em conformidade com a nossa deliberação.
Aristóteles, Ética a Nicómaco, 1113a 9 - 12
11.  Na resposta a cada um dos itens 1.1. e 1.2., selecione a opção que permite obter a única afirmação adequada ao sentido do Texto de Aristóteles.


1.1. A deliberação é:
(A) eliminação do desejo.
(B) contrária ao desejo.
(C) necessária à decisão.
(D) consequência da decisão.



1.2. A decisão é uma escolha
(A) fora do domínio da ação.
(B) independente da deliberação.
(C) sempre precipitada.
(D) sobre o que está ao nosso alcance.

Quem não haja programado a sua vida tendo em vista um determinado objectivo, é impossível que regule convenientemente as suas acções particulares […]. Os nossos projectos extraviam-se porque não têm direcção nem ponto de mira.
Montaigne, Ensaios, Lisboa, Relógio d’Água, 1998, p. 165

  1. Explicite o conceito relativo à ação humana presente no texto de Montaigne.

Por um lado, um conjunto de argumentos muito poderosos força-nos à conclusão de que a vontade livre não existe no Universo. Por outro, uma série de argumentos poderosos baseados em factos da nossa própria experiência inclina-nos para a conclusão de que deve haver alguma liberdade da vontade, porque […] todos a experimentamos em todo o tempo.
John Searle, Mente, Cérebro e Ciência, Lisboa, Edições 70, 2000, p. 108

13.  Identifique o problema filosófico abordado no Texto C.
14.  Exponha uma crítica à teoria do determinismo radical, a partir do argumento presente no Texto.





segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

AÇÃO HUMANA E RESPONSABILIDADE

Um jovem de 18 anos que passou milhares de horas a jogar Grand Theft Auto (GTA) um vídeojogo considerado violento, matou três polícias na localidade de Fayete Alabama nos Estados Unidos.

Se existem diferentes fatores que determinam o comportamento humano então como devemos considerar aquilo que fazemos?
Na análise que fizemos em aula, grande parte daquilo que fazem os seres humanos é determinado por condicionantes físico-biológicas e condicionantes socioculturais. Assim do ponto de vista filosófico, trata-se de saber quem é o autor  e responsável das ações que praticamos. Veja-se o exemplo do documentário já de seguida.
O que temos em mãos é que a análise do problema do livre arbítrio, obriga-nos a esclarecer devidamente dois conceitos que estão associados ao problema de sabermos se somos livres ou determinados no que fazemos.

Se não somos nós os autores daquilo que fazemos (por exemplo ir à escola, comer, dormir, entre outros) embora sejamos nós a realizar essas atividades será que podemos chamar a essas coisas que fazemos «ações»? Ou temos de guardar esse conceito – ação- para algo diferente? E o conceito de «responsabilidade»? Posso ser considerado responsável por algo que não foi determinado por mim?

Podemos considerar a  morte dos três polícias  uma acção do jovem ou  um acontecimento determinado por acontecimentos anteriores ?









domingo, 8 de janeiro de 2012

A ACÇÃO HUMANA O problema: Liberdade ou determinismo?



Durante milhares de anos, as pessoas tem tentado compreender a sua relação com o resto do Universo. Por razões várias, muitos filósofos sentem hoje relutância em abordar estes grandes problemas. No entanto, os problemas persistem. O maior problema é este: temos uma série de imagens de nós mesmos, provenientes do sentido comum, enquanto seres humanos, que é muito difícil de harmonizar com a nossa total concepção “científica” do mundo físico. Pensamo-nos como agentes conscientes, livres atentos, racionais num mundo que a ciência nos diz consistir inteiramente em partículas físicas sem mente e sem significado. Ora, como podemos nós harmonizar esta duas concepções? Como, por exemplo pode ser possível que o Mundo contenha apenas partículas físicas inconscientes e, no entanto, que contenha também consciência? Como pode o Universo mecânico conter seres humanos intencionalistas – isto é, seres humanos que podem representar o Mundo para si mesmos? Como, em suma, pode um mundo essencialmente sem significado conter significados?
John Searle, Mente cérebro e ciência (adaptado)
ANÁLISE DO TEXTO:

1. Identifica de forma clara o problema que apresenta J. Searle explicando que concepções estão em confronto e qual é a sua origem.
2. Explica a  que «mundos» dão origem essas concepções?
3. Analisa quais são as consequências destas duas concepções em relação ao modo como entendemos as nossas ações e o ser humano?