domingo, 8 de janeiro de 2012

A ACÇÃO HUMANA O problema: Liberdade ou determinismo?



Durante milhares de anos, as pessoas tem tentado compreender a sua relação com o resto do Universo. Por razões várias, muitos filósofos sentem hoje relutância em abordar estes grandes problemas. No entanto, os problemas persistem. O maior problema é este: temos uma série de imagens de nós mesmos, provenientes do sentido comum, enquanto seres humanos, que é muito difícil de harmonizar com a nossa total concepção “científica” do mundo físico. Pensamo-nos como agentes conscientes, livres atentos, racionais num mundo que a ciência nos diz consistir inteiramente em partículas físicas sem mente e sem significado. Ora, como podemos nós harmonizar esta duas concepções? Como, por exemplo pode ser possível que o Mundo contenha apenas partículas físicas inconscientes e, no entanto, que contenha também consciência? Como pode o Universo mecânico conter seres humanos intencionalistas – isto é, seres humanos que podem representar o Mundo para si mesmos? Como, em suma, pode um mundo essencialmente sem significado conter significados?
John Searle, Mente cérebro e ciência (adaptado)
ANÁLISE DO TEXTO:

1. Identifica de forma clara o problema que apresenta J. Searle explicando que concepções estão em confronto e qual é a sua origem.
2. Explica a  que «mundos» dão origem essas concepções?
3. Analisa quais são as consequências destas duas concepções em relação ao modo como entendemos as nossas ações e o ser humano?

2 comentários:

  1. O problema é o problema do livre arbitrio,que procura saber se é possivel harmonizar duas teorias que aparentam ser contraditorias.
    A primeira teoria é que o ser humano é livre.
    A segunda teoria é que tudo o que acontece é consequência de um acontecimento ou de um factor anterior.
    Uma consequência da 1ª teoria é o ser humano não ter obrigações, se o ser humano é que escolhe o que faz então não tem que seguir ordens ou leis.
    Por exemplo, porque haveria eu de conduzir do lado direito da estrada, se eu é que mando em mim eu conduzo na esquerda se quizer.
    Uma Consequencia da 2ª teoria é o ser humano não ter responsabilidades nenhumas,se está tudo determinado o ser humano não tem que ter responsabilidade pela acções pois já estava determinado que ia acontecer.
    Por exemplo, se uma pessoa mata a outra é porque algum evento na sua vida o levou a fazê-lo, logo não deve sofrer as consequências.
    Os mundos que originam são o mundo cientifico e o mundo do senso comum.

    Depois de discutirmos o texto chegamos a esta conclusão , mas não perçebemos muito bem a 2ª pergunta.
    O determinismo e livre arbitrio continuam a intrigar.

    João Ramos e Eva Pires 10ºAV

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    1. João e Eva não entendo a consequência que apontam à 1ª teoria. Eu posso querer/aceitar ordens sem perder a minha capacidade de escolha ou de liberdade, não acham?

      Há coisas que podem ter sido outros a decidir e aceito. Isso também não é um ato de liberdade? Da mesma maneira que posso não aceitar e isso também é um ato de liberdade.

      As teorias dão origem por um lado a um mundo determinado, sem significado e sem consciência em que tudo o que faz parte desse mundo não passa de partículas ou de elementos que se relacionam como se fosse uma cadeia de fenómenos. A melhor imagem para este mundo é pensar numa máquina em funcionamento e o ser humano deste ponto de vista faz parte da máquina. O outro mundo é o contrário deste. Existe significado, consciência, liberdade. E onde os seres humanos podem determinar o rumo dos acontecimentos, pelo menos alguns.

      Vejam se ajudei.

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